terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

PREPARO MENTAL DOS ATLETAS DE ELITE

 

Os atletas que chegam a uma Olimpíada têm que treinar pesado e estar com o melhor preparo físico, fazendo com que as diferenças físicas entre eles sejam muito pequenas. Nesse contexto, fatores como o foco e a motivação têm uma influência muito grande sobre seus desempenhos, fazendo com que o preparo mental se torne a chave do sucesso.

Numa área até então apenas explorada pelos psicólogos esportivos, os neurocientistas estão começando a compreender o papel do cérebro no preparo mental. Termos como memória muscular, automaticidade atlética, jogo mental, entre outros, são cada vez mais comuns no vocabulário esportivo.

A prática constante e frequente é importante para se aperfeiçoar a técnica, mas também ajuda muito no preparo mental. Quando um atleta repete um movimento ou rotina diversas vezes, ele passa a contar com sua “memória muscular” para garantir que se lembre do movimento. Não que os músculos possuem memória, mas a prática é a chave para se desenvolver um circuito dedicado do cérebro, chamado de circuito ação/observação, que conecta várias regiões do cérebro. Esse circuito permite a um atleta ensaiar mentalmente um movimento, aprender pela observação e perceber ações sutis em outros atletas.

O sistema motor do cérebro processa informações muito mais rápido do que o sistema verbal, aquele que usamos quando pensamos verbalmente. Portanto, só o fato de você pensar em corrigir um movimento pode afetar o seu desempenho ou resultar em erros inesperados.

Alguns estudos assemelham esse estado de automaticidade atlética ao de um músico de jazz. É um estado mental em que o indivíduo consegue desempenhar com certa facilidade e automaticidade, onde o cérebro diminui a atividade na região responsável pelo raciocínio lógico e aumenta na que responde pelo planejamento e controle dos movimentos voluntários.

Esse estado mental também ajuda o cérebro a manter-se alerta, maximizando a atenção ao mesmo tempo em que controla o estresse. Porém, isso deve ser obtido não somente na academia, mas também na competição, pois o atleta precisa se acostumar a bloquear todas as coisas que acontecem ao seu redor, como os barulhos da plateia.

A grande questão é se as características presentes nos cérebros dos atletas de elite, e que os permitem atingir um alto nível de desempenho, são inatas ou se qualquer pessoa pode desenvolvê-las com o treinamento correto. Essa ainda é uma grande área de estudo, mas as evidências apontam que deve ser uma combinação desses dois fatores. A genética pode influenciar tanto quanto o ambiente, ainda mais quando se considera que o cérebro possui a capacidade de se ajustar conforme os estímulos recebidos, a famosa neuroplasticidade.

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