sexta-feira, 26 de novembro de 2010

PARACELSO O MAGO É UM ELEITO O SÁBIO É UM ESCOLHIDO

Imaginação e magia estão intimamente ligadas

Paracelso não era um místicomas alguém que viu a matéria penetrada pelo espiritual


Somente o Mago é capaz de fazer descer as forças celestes sobre a terra e guiá-las para os objetivos e objetos onde possa exercer o seu poder. Ele é capaz de causar efeitos físicos sem ajuda física, de transmutar a própria matéria, através do seu "pensamento ação".

Quer dizer ação direta sobre coisas, pessoas e todos os seres, sem ajudada matéria, corpo e alma são inseparáveis "

www.teosofia.org.br

PARACELSO O PAI DA MEDICINA INTEGRAL

Personalidade controvertida em sua época, o médico suíço Paracelso é visto hoje em dia como o precursor da medicina holística.

A visão da saúde como o equilíbrio energético do corpo, a importância da fé na cura e a interrelação entre o homem e tudo o que o cerca são apenas alguns dos conceitos elaborados por ele há cerca de 5OO anos.

Uma onda de artigos é publicada em jornais e revistas durante todo ano de seu aniversário. Alguns elogiaram Paracelso como pioneiro da medicina total, outros como pioneiro farmacêutico, químico, alquimista, filósofo, astrólogo e mago. Ele é o padroeiro favorito de farmácias, clínicas e sociedades de vários tipos. Os títulos que recebeu vão desde "Pai da Medicina Naturalista", "Trismegisto da Suíça", até "Lutero da Medicina". Personalidade atacada e perseguida durante toda a vida, hoje ele continua sendo muito criticado. Mas, então, o que esse homem tinha de tão inesquecível?

Ele acreditava em elementais, silfos, gnomos, fadas e na cabala; usava talismãs astrológicos, mágicos. Dizem que ele teria descoberto o "fogo vital", o "magnetismo animal", oficialmente descoberto por Franz-Anton Mesmer. E ele também sabia que existia uma aura...

Mesmo que Paracelso se ocupasse intensamente com astrologia, alquimia e magia, questões esotéricas, sociais e filosóficas ele era principalmente médico, e é nessa função que seu nome é conhecido hoje em dia. Na verdade, em seus escritos a medicina ocupa o primeiro lugar e ele a praticou e lecionou durante toda a sua vida. 

Arte de curar, de acordo com Paracelso, apóia-se em quatro pilares

Filosofia
 "abrir-se ao conjunto das forças naturais, observar essas forças invisíveis
na penetração da realidade total e perceber o invisível no visível"

Astronomia
que nos ensina como as estrelas nos influenciam

Alquimia
útil principalmente na preparação dos remédios

Virtus
a honestidade do médico

De acordo com Paracelso, o médico é a imagem primordial de uma pessoa que está se aperfeiçoando. Mais do que qualquer um, o médico deve reconhecer a ação da natureza invisível no paciente ou, em se tratando do remédio, como ela trabalha no visível.

Para podermos nos aproximar das idéias de Paracelso, é inevitável considerar determinadas imagens básicas, que normalmente são rejeitadas pelo médico convencional, porque se apóiam, acima de tudo, em opiniões "ocultas". As duas palavras chave desse lado "secreto" de Paracelso são imaginação e magia.

Na biografia “Paracelso, Alquimista, Químico, Pioneiro da Medicina”, o historiador efilósofo Lucien Braun, de Estrasburgo, dedica um extenso capítulo a esse aspecto para explicar o significado básico de tais idéias. De acordo com o prof. Braun, é muito difícil explicar a "imaginação" como "sem sujeito e sem imagens". Porque Paracelso quer apenas possibilitar que a natureza apareça, "que a própria luz da natureza surja, mostrando-a. Mas ela apenas mostra a luz àquele que sabe ver sem imagens".

A natureza é mais do que nossos olhos enxergam, "o invisível que pulsa através do visível". O invisível nunca se apresenta como imagem, porque ele não e um objeto, é energia viva, criativa; uma energia não-dividida, que tira as coisas de seu interior, transformando-as no que são na realidade.

Braun acredita que foi Paracelso quem pela primeira vez expressou essa diferenciação histórica do pensamento ocidental. Hoje, pensando nos campos morfogenéticos do biólogo inglês Rupert Sheldrake, ela nos soa muito normal. Foi ela que inspirou Paracelso em relação a seus dizeres mais lindos: "O visível esconde o invisível, mas apesar disso conseguimos o invisível apenas através do visível." Para o médico suíço, a natureza não é apenas aquilo que nossos olhos enxergam, nem somente o que existe num outro lugar, mas ambos ao mesmo tempo. Escreveu Braun: "Assim, não é de surpreender que foi Paracelso quem introduziu a descrição da 'força de imaginação', dando desse modo um nome à energia imanente, que fixa as coisas do interior para fora, cria, faz surgir e não pode ser imaginada de modo algum. Outros atributos dessa força: ela flui através de todas as coisas, 'através de todo esse imenso mundo', e é tão eterna como tudo que existe e não existe, tudo que 'está sendo'."

Segundo Paracelso, imaginação e magia estão intimamente ligadas. E nesse caso magia quer dizer ação direta sobre coisas, pessoas e todos os seres, sem ajuda da matéria. Ou, expresso de outro modo: o mago é capaz de causar efeitos físicos sem ajuda física. "Afinal", salienta Braun sobre os pensamentos de Paracelso, "toda natureza invisível se movimenta através da imaginação. Se a imaginação fosse forte o suficiente, nada seria impossível, porque ela é a origem de toda magia, de toda ação através da qual o invisível (de um ou outro modo) deixa seu rastro no visível. A energia da verdadeira imaginação pode transformar nossos corpos, e até influenciar no paraíso..."

Paracelso reconheceu também que a fé fortalece a imaginação. Tudo isso inclui as curas milagrosas atribuídas a ele, que não podem ter sido somente o resultado dos remédios, em geral muito simples. É óbvio que eles serviram apenas para influenciar conscientemente a força da imaginação de um doente. As pílulas que o médico suíço levava consigo no botão do punho de sua famosa espada foram, acima de tudo, meios de ajuda a ação mágica.

Baseando-se nesse fundo filosófico, Paracelso ligou as características exteriores de um remédio com as de uma doença. Um remédio "se mostra pela sua assinatura", porque o exterior da planta de que ele é extraído espelha sua função e atributos.

Assim, por exemplo, folhas em forma de coração foram recomendadas para doenças cardíacas. Mas também a época em que o remédio é tomado deve estar certa, pois a energia de uma planta só pode ser liberada durante determinadas constelações planetárias. Remédio, médico e paciente formam um total ligadíssimo, de acordo com as leis da natureza. O conhecimento médico tem menos a ver com conhecimento intelectual do que com a intuição e a conhecida clarividência de Paracelso.

Sua medicina se apoiava muito mais num conceito claro e inconfundível, numa teoria da medicina que tinha suas raízes na filosofia que faz do homem um verdadeiro médico. No entanto, essa filosofia não confia apenas na natureza nem na mente; ela constrói da "luz da natureza" seu "cosmos anthropos". 

Paracelso tem algo para cada um, médicos tradicionais, totais, filósofos, esotéricos, etc." Ele conseguiu novidades no campo da química, da idéia de que, para cada sintoma, deve existir um remédio específico. Com respeito ao "remédio de Paracelso" ainda hoje existente, preparado de acordo com o método espagírico, não há provas de que ele realmente foi inventado pelo médico suíço.

O autor e teólogo Gerhard Wehr impressiona-se, acima de tudo, com as dicas para o futuro que os escritos de Paracelso contêm. Pensamentos cósmicos estavam bem mais perto dele do que de nós, mesmo se tal pensamento, hoje, já está começando novamente a ganhar terreno.

Paracelso não era um místico, mas alguém que viu a matéria penetrada pelo espiritual. Suas conclusões têm valor até hoje porque nenhum médico naturalista pode comparar-se com ele, e o fato de ele ter sido muito criticado tornou-o ainda mais interessante. Porque Paracelso, afinal, não apenas escreveu livros, mas também teve suas próprias experiências e nunca teve receio de enfrentar as conseqüências de seu pensamento não-conformista. Para ele serve o ditado: "Quem consegue ser ele mesmo não deve pertencer a um outro" tanto hoje como em qualquer outra época, em que cada um corre atrás de um outro guru.

"A natureza era sua professora, que, para ele, era perfeita porque trabalha de acordo com um grande plano divino." "corpo e alma são uma unidade"  é, para Leuenberger, um pensamento totalmente moderno, também reconhecido, cada vez mais, como uma verdade pela medicina moderna.