quarta-feira, 23 de maio de 2012

OS MAIS QUIETOS SÃO AQUELES QUE MUDAM O MUNDO

Em uma sociedade onde as pessoas articuladas e bem falantes são mais valorizadas, poucos reconhecem a importância dos introvertidos. Mas o poder deste grupo para promover mudanças é muito maior do onde se imagina. É o que defende a escritora americana Susan Cain, autora da obra “Quiet: the power of the introverts” (na tradução literal, “Quieto: o poder dos introvertidos”) é um livro onde fala de relações interpessoais. A autora critica algumas convenções sociais básicas, como o trabalho coletivo.

Muitas escolas ou empresas estimulam o conceito de “trabalho em equipe”, objetivando criatividade e a busca por soluções. Isso é um erro, de acordo com Susan, já que a maior parte das grandes realizações humanas foram alcançadas por pessoas que agiram sozinhas.

A escritora explica que uma série de experimentos psicológicos, desde os anos 50, tem comprovado que o trabalho coletivo “mascara” aquilo que cada indivíduo realmente pensa, já que todos se preocupam em ter a opinião aceita pelo grupo. Logo, a criatividade de cada um é atrofiada, e não estimulada. A introversão, segundo ela, é frequentemente confundida com a falta de iniciativa e criatividade, mas isso é um conceito falso.

Susan não defende que os trabalhos em equipe sejam abolidos. É preciso ter em mente, contudo, que nem sempre quem fala mais em grupo deve ser o líder. Pessoas introvertidas podem liderar muito bem em determinadas situações. O cenário onde o introvertido age é determinante para dizer quem ele é.

Susan conta, por exemplo, que uma pessoa introvertida chega até a salivar mais do que um extrovertido ao beber algo que estimule sensações mais fortes, como um suco de limão. E estas reações ao meio externo, segundo a escritora, são a chave para entender os tímidos.

Os lugares onde frequentamos – instituições de ensino, de trabalho e centros religiosos, por exemplo – exaltam aqueles que se destacam, que são mais vistos. Aqueles que gostam de passar mais tempo consigo mesmos tendem a ser relegados a um segundo plano. Segundo a pesquisa da escritora, um terço das pessoas podem ser consideradas introvertidas.

É natural que elas tentem negar essa condição – se forçando, por exemplo, a ir a festas onde não gostariam de estar, por preferir ficar em casa fazendo algo sozinhas - pois foram educadas para agir de forma extrovertida.

O que Susan recomenda é que a sociedade evite valorizar os extrovertidos em todas as situações, pois nem sempre eles são os mais adequados para realizar determinadas tarefas.

É preciso reconhecer qual tipo de contribuição o grupo de introvertido pode dar. O primeiro passo para isso, segundo ela, é se livrar do preconceito contra este tipo de pessoa.

Stephanie Dornelas
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