Para
os cientistas, a central emocional humana seria tão somente o cérebro. Mas um
novo estudo acaba de demonstrar que essa noção não está totalmente correta. Ao
que parece, o coração também "fala" com o cérebro -- embora o que ele
diz ainda não esteja totalmente claro.
O
estudo foi realizado por Marcus Gray, do University College de Londres, e seus
colegas, e publicado na última edição da revista da Academia Nacional de
Ciências dos Estados Unidos, a "PNAS". "Nós estudamos pacientes
com uma variedade de problemas cardíacos durante uma tarefa experimental
levemente estressante. As pessoas tipicamente respondem com atividade cardíaca
aumentada, mas apenas alguns de nossos pacientes foram capazes de experimentar
isso", relatou Gray.
"Observamos
uma forte associação entre o desempenho cardíaco e a atividade cerebral, o que
sugere que algumas regiões do cérebro ouvem atentamente à performance do
coração", conclui.
A
grande surpresa foi encontrar essa atividade cerebral aumentada em regiões do
córtex cerebral -- área mais externa do cérebro que é responsável pelo fenômeno
mais intrigante desse órgão: a produção da consciência.
"Nós
encontramos evidências de que a atividade cerebral nas regiões temporal
esquerda e lateral prefrontal está fortemente associada ao desempenho do
coração", diz Gray. "Nossa pesquisa sugere que regiões evolutivamente
mais novas, ou avançadas, também acompanham as batidas do coração."
A
descoberta da associação pode ter um impacto médico no futuro -- talvez seja
possível identificar coisas como arritmias cardíacas a partir de imagens do
funcionamento do cérebro. "Não é inteiramente correto dizer, com base em
nossa pesquisa, que arritmias podem ser detectadas somente com os 'scans'
cerebrais", diz Gray. "Entretanto, com o aumento do entendimento da
relação entre a função cerebral e a cardíaca, isso será potencialmente
atingível no futuro."
Gray
acredita que o coração pode induzir o cérebro a interpretar muitas das emoções
positivas que sentimos, o que de certa forma restaura algumas das noções
românticas até então enterradas pela frieza do monopólio cerebral das emoções.
"A atividade cardíaca responde a muitas emoções e a sensação de sentir seu
coração batendo forma um aspecto importante dessas emoções",
G1
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