segunda-feira, 14 de julho de 2014

COMO AS VOGAIS AFETAM SUAS EMOÇÕES


Um novo estudo da Universidade de Colônia (Alemanha), conduzido pelo psicólogo Ralf Rummer e pela foneticista Martine Grice, descobriu que a articulação das vogais influencia sistematicamente os nossos sentimentos, e vice-versa.
O objetivo da pesquisa era analisar em que medida o significado das palavras está ligado ao seu som.
 O foco específico desse estudo eram dois casos especiais: o som do “i” como vogal longa, e o som do “o” como vogal fechada.
Rummer e Grice estavam particularmente interessados em descobrir se essas vogais tendiam a ocorrer em palavras com significados positivos ou negativos, em termos de impacto emocional.
Para este fim, eles fizeram dois experimentos cujos resultados foram publicados na revista científica Emotion, da Associação Americana de Psicologia.
No primeiro experimento, participantes viram filmes projetados para colocá-los em um humor positivo ou negativo. Em seguida, eles tiveram que falar dez palavras em voz alta (qualquer uma que quisessem).
Se os participantes estavam em um bom humor, falavam significativamente mais palavras que continham “i” do que “o”. O contrário aconteceu com os participantes de mau humor.
O segundo experimento determinou se a qualidade emocional das duas vogais podia ser rastreada até os movimentos dos músculos faciais associados à sua articulação.
O músculo zigomático é contraído quando rimos ou sorrimos. Seu músculo oposto é o músculo orbicular da boca. No experimento, os participantes articularam o som de “i” (contraindo o músculo zigomático principal) ou de “o” (contraindo o músculo orbicular da boca) enquanto assistiam desenhos animados. Os que articularam o som do “i” acharam os mesmos desenhos animados significativamente mais divertidos do que aqueles que articularam o “o”.
Os pesquisadores concluíram que as pessoas “sabem” que a articulação dos sons com “i” está associada a sentimentos positivos e, portanto, fazem uso de palavras correspondentes para descrever circunstâncias positivas. O oposto se aplica ao uso de “o”.

Graças aos resultados de seus dois experimentos, Rummer e Grice agora tem uma explicação para um fenômeno muito discutido: a tendência do “i” ocorrer em palavras com carga positiva (como “alegria” ou “sim”) e do “o” em palavras com carga negativa (como “depressão” ou “não”) em muitas línguas. Isso parece estar ligado ao uso correspondente dos músculos faciais na articulação de vogais. 

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