terça-feira, 11 de outubro de 2011

O QUE VOCÊ VÊ, MUDA O QUE VOCÊ OUVE



Neurocientistas descobriram que a percepção da origem de um som depende em parte dos sinais visuais captados antes que o som seja ouvido.

A descoberta, longe de ser uma mera curiosidade, pode ajudar no desenvolvimento de próteses e aparelhos auditivos mais eficientes e ajudar a desenvolver novas estratégias para a reabilitação de lesões cerebrais.

"O mapa auditivo do espaço não é estático como o atlas do mundo," diz Ladan Shams, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles. "Em vez disso, ele pode mudar de um momento para o outro."

Os resultados foram apresentados na reunião anual da Sociedade de Neurociência, a Neuroscience 2010, realizada em San Diego, nos Estados Unidos.

Nós "navegamos" por aí com base em mapas construídos pela nossa percepção sensorial, captada pelos olhos, ouvidos e pelos outros sentidos. O cérebro combina esses mapas em uma experiência única.

O que acontece, no entanto, quando uma das percepções falha e fica fora de sincronia com as outras? Estudos mostram que, quando um dos mapas sensoriais está errado, os outros se recalibram para se tornarem mais coerentes e mais precisos.

Mas, enquanto estudos anteriores sustentavam que essa correção só ocorre depois de centenas ou milhares de erros, novas pesquisas mostram que a recalibração ocorre apenas uma fração de segundo após um incidente.

Os pesquisadores expuseram 146 participantes a rajadas de ruído de estática de rádio, com 35 milissegundos de duração, bem como a flashes de luz. Em alguns testes, as luzes e os sons foram simultâneos, em outros, havia apenas estática. Eles descobriram que a localização percebida do som foi influenciada pela direção do flash no teste anterior.

Por exemplo, se no teste anterior o flash veio da esquerda do som, a percepção que o voluntário teve do som no próximo teste foi deslocado para a esquerda.

"Esta é a primeira evidência de que a recalibração sensorial pode ocorrer rapidamente, e não depois de dias e nem mesmo segundos, mas depois de milissegundos de exposição à discrepância", disse Shams.

Diário da Saúde

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