domingo, 20 de junho de 2010

DESCEDENTES DO MONGOL GENGIS KHAN

O ancestral direto de cerca de 16 milhões de homens vivos na Ásia - foi Gengis Khan [1162-1227], o conquistador mongol que formou o maior império que jamais existiu. Como as chances de nascerem meninos ou meninas são iguais, pode-se concluir que existem igualmente 16 milhões de mulheres vivas que descendem do Grande Khan. Ora, são pelo menos 32 milhões de pessoas entre os 6,2 bilhões de humanos. Uma divisão simples indica que um em cada 194 humanos descende de Gengis Khan.
Apenas 30 anos após a morte do Khan, seus descendentes diretos eram 20 mil.

A suspeitas sobre a descomunal descendência de Temujin, o nome original do conquistador mongol, surgiu em 2003, no The American Journal of Human Genetics com a publicação do estudo “O legado genético dos mongóis” pela equipe da geneticista Tatiana Zerjal, da Universidade de Oxford.

Eles estudaram a variabilidade do cromossomo Y, aquele transmitido apenas do pai, entre 2.123 homens de 16 populações espalhadas pela Ásia setentrional, do mar Cáspio até o Pacífico – com exceção da Rússia. O estudo revelou que cerca de 8 % daqueles homens compartilham de um mesmo cromossomo Y. Extrapolando-se este percentual para o resto das populações estudadas, chega-se a 16 milhões de homens vivos com o mesmo cromossomo Y, uma taxa de sucesso reprodutivo 800 mil vezes superior à média de qualquer macho Homo sapiens.

Prosseguindo a investigação, Tatiana e sua equipe conseguiram retraçar a origem desta linhagem masculina na Mongólia, há cerca de mil anos. Mas como uma única linhagem masculina poderia alcançar tamanha preponderância frente a todas as outras? Os homens carregando o mesmo cromossomo Y teriam que elevar a freqüência da sua linhagem na população, tanto através do maior acesso às mulheres e índice mais elevado de sobrevivência da prole, quanto pela eliminação pura e simples dos demais concorrentes homens. De acordo com o estudo, “nos últimos mil anos e naquela parte do mundo, essas condições são encontradas em Gengis Khan e seus parentes masculinos”.

Sabe-se que as hordas mongóis trucidavam todos os homens que se opusessem ao seu avanço, tomando para si suas mulheres. Sabe-se ainda que, para Gengis Khan, “a maior alegria que um homem pode conhecer é conquistar seus inimigos. É cavalgar seus cavalos e tomar suas posses. É ver as faces dos seus entes queridos molhadas de lágrimas, e tomar nos braços suas mulheres e filhas”. Segundo uma passagem do historiador persa Ata-Malik Juvaini (1226-1283), que escreveu em 1260 de um tratado sobre os mongóis: “Sobre a questão da raça e da linhagem de Gengis Khan, existem hoje vivendo no conforto da riqueza mais de 20 mil”.

Bom, toda esta história foi pra dizer que amostras de sangue de populações da Sibéria não foram incluídas no trabalho original de 2003. E ninguém mora mais ao norte da Ásia do que os russos siberianos, certo? Só agora foi feita a investigação do cromossomo Y entre 18 etnias da região, incluindo altaicos, cazaques, mongóis, tadjiques, curdos, persas e russos, num total de 1.437 homens.

O resultado, "Distribution of the male lineages of Genghis Khan’s descendants in northern Eurasian populations”, acaba de ser publicado no Russian Journal of Genetics pela equipe da geneticista russa Miroslava V. Derenko, do Instituto de Problemas Biológicos do Norte. Novamente, a maior freqüência de cromossomos Y encontrada na amostra é justamente aquela do Grande Khan. Entre os mongóis a concentração atinge 35%. Mas corresponde a 8,3 % dos cazaques e varia de 3,4% a 1,7% entre os povos nos montes Altai, na fronteira entre o Cazaquistão e a China. Entre os russos e ucranianos, no entanto, não se encontrou nenhum traço de sangue mongol. Os pesquisadores ainda não sabem explicar o porque disso. raderack.blogspot.com

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