Poucos dias depois que uma pesquisa questionou o uso do placebo para o teste de novos medicamentos, pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) descobriram que o placebo não induz apenas alterações psicológicas e fisiológicas no organismo, mas também alterações genéticas.
Os placebos são uma espécie de "simulação" - normalmente, meras pílulas de açúcar fabricadas para representar "nenhum tratamento" nos testes clínicos de novos medicamentos. A eficácia da medicação real é comparada com o placebo para determinar se o novo remédio funciona.
Contudo, para algumas pessoas, o placebo funciona quase tão bem quanto a própria medicação. Quão bem o placebo funciona é algo que varia largamente de indivíduo para indivíduo.
Permanece um mistério por que há essa variação individual e, afinal de contas, por que o placebo funciona. Os cientistas acreditam que se trata de alguma combinação de fatores biológicos e psicológicos.
Os placebos são uma espécie de "simulação" - normalmente, meras pílulas de açúcar fabricadas para representar "nenhum tratamento" nos testes clínicos de novos medicamentos. A eficácia da medicação real é comparada com o placebo para determinar se o novo remédio funciona.
Contudo, para algumas pessoas, o placebo funciona quase tão bem quanto a própria medicação. Quão bem o placebo funciona é algo que varia largamente de indivíduo para indivíduo.
Permanece um mistério por que há essa variação individual e, afinal de contas, por que o placebo funciona. Os cientistas acreditam que se trata de alguma combinação de fatores biológicos e psicológicos.
Agora, a equipe do Dr. Andrew Leuchter descobriu uma nova explicação: a genética. A pesquisa será publicada no exemplar de Agosto do Journal of Clinical Psychopharmacology.
O Dr. Leuchter e seus colegas demonstraram que, em pessoas sofrendo de desordens depressivas graves, os genes que influenciam as rotas de gratificação do cérebro podem modular a resposta aos placebos.
Acredita-se que os placebos agem estimulando as rotas centrais de gratificação do cérebro ao liberar uma classe de neurotransmissores chamados monoaminas, especificamente a dopamina e a norepinefrina. São estes os compostos químicos cerebrais equivalentes ao "sentir-se bem."
Como a sinalização química feita pelas monoaminas está sob forte controle genético, os cientistas levantaram a hipótese de que as variações genéticas comuns verificadas entre os indivíduos - chamadas de polimorfismos genéticos - poderiam influenciar a resposta ao placebo.
Depois de estudar 84 pessoas diagnosticadas com desordens depressivas graves, os pesquisadores verificaram que os pacientes com atividades enzimáticas intensas no polimorfismo da monoamina oxidase A (MAO-A) apresentam uma resposta muito menor ao placebo do que pacientes com outros genótipos. O mesmo acontece, em menor intensidade, com a atividade enzimática no polimorfismo COMT (catecol-O- metiltransferase).
Leuchter destaca que esta não é a explicação única para a resposta do organismo ao placebo, que provavelmente é causada por uma série de fatores, tanto biológicos quanto psicossociais. "Mas os dados sugerem que as diferenças individuais na resposta ao placebo são significativamente influenciadas pelo genótipo individual," conclui o pesquisador.
Mark Wheeler - Agência USP
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