Diversos cientistas norte-americanos trabalham para avaliar os
impactos que as propagandas políticas têm no cérebro dos eleitores. A informação
divulgada pela agência de notícias Associated Press aparece em um momento
propício para se debater o assunto: na próxima terça-feira (07), os EUA realizam
eleições para eleger o partido que controlará o Congresso e governadores de 36
estados.
O psiquiatra Marco Iacoboni, da Universidade da Califórnia, em
Los Angeles (UCLA), realiza um trabalho para identificar as áreas estimuladas no
cérebro dos eleitores quando seus candidatos são atacados. “O efeito dessas
propagandas no cérebro são chocantes”, afirmou o especialista. Uma de suas
descobertas foi o fato de os norte-americanos perderem parte da empatia com seus
políticos favoritos, depois de estes candidatos serem agredidos por seus
opositores.
Em 2004, Iacoboni fez um estudo no início da campanha
presidencial disputada entre George W. Bush e John Kerry. Quando os voluntários
viam uma foto de seu candidato, a parte do cérebro associada à empatia era
estimulada. Quando se deparavam com o opositor, o estímulo ia para áreas ligadas
ao desgosto.
Ao repetir o trabalho no final da campanha, depois de os
eleitores terem visto diversas informações negativas sobre seus candidatos, o
sinal de empatia indicado pelo cérebro desaparecia. “Quanto mais você for
bombardeado por propagandas, mais será afetado por elas”, disse
Iacoboni.
O professor de psicologia George Bizer, do Union College in
Schenectady (Nova York), colocou sensores em voluntários para medir reações
faciais -- como sorrisos -- relacionadas às propagandas. “Todos dizem que as
odeiam, que elas são horríveis. No entanto, os estudos mostram que elas
funcionam”, disse o professor. Na maioria dos casos, acredita Bizeer, os ataques
podem fazer com que eleitores desistam de votar em seus
candidatos.
Shanto Iyengar, professor de comunicação da Universidade de
Stanford, e co-autor do livro “Como a Propaganda Eleitoral Diminui e Polariza o
Eleitorado” (em inglês), defende uma opinião parecida. “A propaganda negativa
aumenta as chances de o eleitor do ‘agressor’ votar, enquanto diminui as
possibilidades de voto para o ‘agredido’”, afirmou o especialista.
Os políticos parecem já ter notado a eficácia dos ataques para prejudicar a campanha de seus concorrentes. Segundo a Associated Press, os partidos apostam mais nas propagandas “negativas” (contra os adversários) do que “positivas” (a seu favor) -- essa taxa fica em dez para um.
Os políticos parecem já ter notado a eficácia dos ataques para prejudicar a campanha de seus concorrentes. Segundo a Associated Press, os partidos apostam mais nas propagandas “negativas” (contra os adversários) do que “positivas” (a seu favor) -- essa taxa fica em dez para um.
G1
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