terça-feira, 18 de junho de 2013

ESTUDOS MOSTRAM IMPACTO DE PROPAGANDA POLÍTICA NO CÉREBRO

Diversos cientistas norte-americanos trabalham para avaliar os impactos que as propagandas políticas têm no cérebro dos eleitores. A informação divulgada pela agência de notícias Associated Press aparece em um momento propício para se debater o assunto: na próxima terça-feira (07), os EUA realizam eleições para eleger o partido que controlará o Congresso e governadores de 36 estados.
O psiquiatra Marco Iacoboni, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), realiza um trabalho para identificar as áreas estimuladas no cérebro dos eleitores quando seus candidatos são atacados. “O efeito dessas propagandas no cérebro são chocantes”, afirmou o especialista. Uma de suas descobertas foi o fato de os norte-americanos perderem parte da empatia com seus políticos favoritos, depois de estes candidatos serem agredidos por seus opositores.
Em 2004, Iacoboni fez um estudo no início da campanha presidencial disputada entre George W. Bush e John Kerry. Quando os voluntários viam uma foto de seu candidato, a parte do cérebro associada à empatia era estimulada. Quando se deparavam com o opositor, o estímulo ia para áreas ligadas ao desgosto.
Ao repetir o trabalho no final da campanha, depois de os eleitores terem visto diversas informações negativas sobre seus candidatos, o sinal de empatia indicado pelo cérebro desaparecia. “Quanto mais você for bombardeado por propagandas, mais será afetado por elas”, disse Iacoboni.
O professor de psicologia George Bizer, do Union College in Schenectady (Nova York), colocou sensores em voluntários para medir reações faciais -- como sorrisos -- relacionadas às propagandas. “Todos dizem que as odeiam, que elas são horríveis. No entanto, os estudos mostram que elas funcionam”, disse o professor. Na maioria dos casos, acredita Bizeer, os ataques podem fazer com que eleitores desistam de votar em seus candidatos.
Shanto Iyengar, professor de comunicação da Universidade de Stanford, e co-autor do livro “Como a Propaganda Eleitoral Diminui e Polariza o Eleitorado” (em inglês), defende uma opinião parecida. “A propaganda negativa aumenta as chances de o eleitor do ‘agressor’ votar, enquanto diminui as possibilidades de voto para o ‘agredido’”, afirmou o especialista.
 
Os políticos parecem já ter notado a eficácia dos ataques para prejudicar a campanha de seus concorrentes. Segundo a Associated Press, os partidos apostam mais nas propagandas “negativas” (contra os adversários) do que “positivas” (a seu favor) -- essa taxa fica em dez para um.
G1

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