Há detalhes sutis nos rostos das pessoas, que conseguimos perceber em milésimos de segundo - ainda que não consigamos explicá-los[Imagem: Wikimedia/Redamp19]
Complexidade. O tempo todo fazemos considerações altamente complexas sobre outras pessoas que encontramos apenas olhando para seus rostos.
E um novo estudo demonstrou que fazemos isso com base em uma série de fatores que vai muito além de simplesmente a raça e ou o gênero da pessoa.
Os resultados questionam uma teoria de longa data, que sustenta que as pessoas catalogam imediatamente os outros dentro de um número limitado de categorias sociais, tais como: feminino ou masculino, jovem ou velho, asiático, negro, latino ou branco.
Categorização. A Dra. Kimberly Quinn, da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, demonstrou que as pessoas "veem" rostos de várias maneiras.
Isso pode ter uma grande importância na compreensão dos estereótipos, dos preconceitos e da discriminação, devido às implicações sobre se, e como, as pessoas categorizam os outros.
A categorização não se baseia exclusivamente nas características físicas do rosto diante de nós, mas depende de outras informações, incluindo se a pessoa já é conhecida e se acreditamos que aquela pessoa compartilha outras identidades importantes conosco.
"A maneira como nós percebemos rostos não é simplesmente um reflexo do que está naqueles rostos," explica a Dra. Quinn. "Nós não somos objetivos; nós trazemos nossos interesses e nosso conhecimento para cada novo encontro. E isso acontece muito rapidamente - em cerca de 200 milésimos de segundo quando vemos o rosto."
Rejeição dos estereótipos. O estudo concluiu que rejeitamos os estereótipos simples quando alguma coisa sobre a situação nos alerta para o fato de o estereótipo não contar toda a história.
Se tomarmos, por exemplo, um grupo racial, e o estereótipo correspondente aos membros desse grupo afirma que eles são pouco inteligentes, ver uma pessoa desse grupo jogando um jogo intelectual, como xadrez, por exemplo, vai nos dizer para cancelar o estereótipo.
Isso difere de pesquisas anteriores, que adotaram uma abordagem de "processo dual", assumindo que as pessoas classificam prontamente os rostos com base em fatores como raça, sexo ou idade, antes de determinar se irá estereotipá-las ou vê-las como indivíduos únicos.
Refinamento. As conclusões da equipe da Dra. Quinn são mais consistentes com um processo único, que inicialmente se concentra em informações mais "grosseiras", mais fáceis de detectar, e, logo em seguida, começa a incluir informações mais "refinadas".
Este modelo permite tanto a categorização quanto o processamento mais individualizado, e não assume que a categorização sempre venha antes do reconhecimento de identidades exclusivas - permitindo, assim, resultados mais diversos e mais complexos.
Redação do Diário da Saúde
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