A Pedagogia Waldorf concebe o homem como uma
unidade harmônica físico-anímico-espiritual e sobre esse princípio fundamenta
toda a prática educativa. A partir de uma visão antropológica, a Pedagogia
Waldorf abrange todas as dimensões humanas, que estão em íntima relação com o
mundo, explica e fundamenta o desenvolvimento dos seres humanos segundo
princípios gerais evolutivos que compreendem etapas de sete anos, denominadas
setênios.
Cabe ao educador Waldorf, que deve buscar uma
profunda compreensão antropológica e pedagógica do processo evolutivo do ser
humano, criar o ambiente que atenda às necessidades da criança. Na pedagogia
Waldorf, o papel do educador infantil é visto como de extrema importância e até
mesmo decisivo para toda a vida do indivíduo. A primeira fase da vida é o
fundamento, o primeiro degrau sobre o qual se edifica todo o desenvolvimento
futuro. Isto requer uma ampla formação do educador infantil em todos os
âmbitos.
A Pedagogia Waldorf concebe o homem como uma
unidade harmônica físico-anímico-espiritual e sobre esse princípio fundamenta
toda a prática educativa.
A partir de uma visão antropológica, a Pedagogia
Waldorf abrange todas as dimensões humanas, que estão em íntima relação com o
mundo, explica e fundamenta o desenvolvimento dos seres humanos segundo
princípios gerais evolutivos que compreendem etapas de sete anos, denominadas
setênios.
Cada setênio apresenta momentos claramente
diferenciáveis, nos quais surgem ou despertam interesses, perguntas latentes e
necessidades concretas.
No primeiro setênio (zero a sete anos), a criança
emprega todas as suas energias para o desenvolvimento de seu físico. Ela
manifesta toda sua volição através de intensa atividade
corporal.
Essa atividade, que desencadeia a formação do
físico, metamorfoseia-se em maior ou menor capacidade de atuar com liberdade na
vida adulta, no âmbito cultural-intelectual.
Nesta fase a criança tem uma grande abertura em
relação ao mundo. Ela acolhe sem resistência anímica tudo o que lhe advém do
ambiente em redor, entregando-se ao mundo com CONFIANÇA ilimitada. Vive num
estado de ingenuidade paradisíaca, num mundo em que o bem e o mal se confundem
indistintamente.
Na criança, todos os órgãos de percepção sensória
estão abertos e, a partir de uma intensa atividade em seu interior, ela responde
com a repetição dos estímulos vindos do ambiente exterior, a IMITAÇÃO. Essa
imitação é a grande força que a criança de primeiro setênio tem disponível para
a aprendizagem, inclusive a do falar, do fazer, do adequado ou impróprio no
comportamento humano. E é por meio da imitação mais sutil que ela gera, ainda
sem consciência, o fundamento da sua moralidade futura.
Nesse período a criança tem muitos amigos. Está
aberta a novos contatos, porém as amizades ainda são bastante superficiais, não
atingindo efetivamente o outro; são muito mais destinadas a trazer o outro para
o seu próprio mundo e brincar.
Durante esse primeiro setênio, a relação mais
importante com o mundo exterior transcorre de fora para dentro. Todavia, as
experiências adquiridas ainda não são centralizadas no eu, ou seja, no centro de
sua consciência.
A Pedagogia Waldorf transcende a mera transmissão
de conhecimento e se converte em sustentação do desenvolvimento integral do
educando, cuidando que tudo o que se faça tenha como meta a transformação de sua
vontade e o cultivo de sua sensibilidade e intelecto. Desse modo, procura-se
estabelecer uma relação harmônica entre desenvolvimento e aprendizagem, fazendo
confluir a dinâmica interna da pessoa com a ação pedagógica direta, ou seja,
integrando os processos de desenvolvimento individual com a aprendizagem da
experiência humana culturalmente organizada.
A Pedagogia Waldorf dá especial atenção para que
no ensino se encontrem entretecidos pontos de vista científicos e
estético-artísticos com os aspectos relativos ao respeito profundo e à admiração
ante o mundo.
Aprofundando-se nos estudos antropológicos e
ampliando-os, Rudolf Steiner compreendeu que os fundamentos para a realização
dos ideais humanos de convivência moral-social baseados na liberdade com
responsabilidade, fraternidade, respeito mútuo, consciência plena de igualdade
de direitos e deveres, desenvolvem-se na criança e no jovem através do cultivo
da admiração e da veneração, os quais só podem se dar através de uma
religiosidade livre e verdadeira. Respeitando todas as religiões, foi no
cristianismo que Rudolf Steiner encontrou caminho para essa religiosidade.
Assim, as Escolas Waldorf têm sua pedagogia permeada por valores cristãos livres
de qualquer instituição confessional.
“Educar para o futuro” significa encarar, a partir
da própria organização escolar, os principais desafios que a atualidade nos
propõe.
A seguir se explica como a Escola Waldorf busca
respostas às problemáticas fundamentais da sociedade atual, com base nos
conhecimentos antroposóficos, desde a Educação Infantil.
Na Pedagogia Waldorf, é dada uma importância
fundamental à educação no primeiro setênio por se tratar da fase da vida na qual
é desenvolvida a organização do corpo físico, o veículo que o indivíduo irá usar
como meio e instrumento para a concretização de sua missão na Terra. A educação
visa proporcionar um corpo são para uma mente sã.
Fatos importantes para o desenvolvimento da
organização do corpo físico é o meio ambiente de onde vêm os estímulos para a
formação dos órgãos sensoriais e o ambiente anímico-espiritual (psicológico) que
influenciará mais a formação dos órgãos internos. A saúde do indivíduo para toda
sua vida depende, em grande parte, das pré-disposições implantadas nessa fase,
em que todas as forças vitais estão empenhadas na formação do organismo
corpóreo.
Até aproximadamente os três anos de idade, o
cérebro, centro nervoso, está em franco desenvolvimento, cheio de vitalidade,
sendo moldado conforme os estímulos vindos do ambiente e pelas experiências
corporais que fazem uso da motricidade. As experiências vividas inicialmente em
nível corpóreo ficarão gravadas no cérebro e poderão ser usadas posteriormente
como base para o pensar. A criança que pôde desenvolver corretamente sua
habilidade corpórea natural tem uma boa pré-disposição para um pensar vivo e
ativo, posteriormente.
Durante seu desenvolvimento, nos três primeiros
anos de vida, quando por meio de um grande empenho, a criança conquista o andar
ereto, o falar e inicia o processo de pensar, é a fase do aprendizado mais
importante da vida. Trata-se das três capacidades intrínsecas do homem que o
distinguem do animal. O acompanhamento correto desse processo é a base para a
elaboração educacional para berçários e maternais. Quanto menos interferências
houver nesses processos, acelerando-os ou deixando de criar condições propícias,
tanto melhor para a criança.
Outro momento importante entre os dois ou três
anos de idade, é quando a criança diz “eu” para si. Antes ela se sentia uma com
o mundo, não se distinguia dele; agora, ela se vivencia separada dele,
deparando-se inclusive com o “tu” e com as outras pessoas. Antes era
egocêntrica, egoísta por natureza; agora, ela vai despertando para o convívio
social. A teimosia típica dessa idade deve ser compreendida como uma medição de
forças para o conhecimento das capacidades do eu próprio.
A maturidade da criança para ingressar no jardim
da infância, onde vai ter que aprender a conviver socialmente, mostra-se à
medida que ela sabe lidar com o “tu”, em torno dos três a quatro anos de idade.
Também é o momento em que as primeiras características do pensar se ampliam,
mostrando uma grande mobilidade de pensamentos que podem se unir
arbitrariamente, nem sempre fieis à realidade exterior: chama-se fantasia
infantil. Muda todo o mundo de brincar da criança, que é influenciado
intensamente pela imitação e pela fantasia. No ambiente corpóreo se apresenta
uma crescente capacidade no uso dos braços e das mãos como também um domínio no
uso da respiração.
Ao redor dos cinco anos de idade, ocorre uma nova
mudança de comportamento da criança. As brincadeiras se tornam mais ordenadas,
numa imitação fiel da realidade vivida pela criança. As perguntas muitas vezes
têm um cunho “filosófico” e também aparece a capacidade de compreender o ontem,
o hoje e o amanhã, significando um novo passo no despertar do
pensamento.
No âmbito corpóreo, as crianças de cinco e seis
anos mostram maior habilidade no uso de pernas e pés. As habilidades corpóreas
vão se desenvolvendo da cabeça aos pés, repetindo o processo formativo do feto e
o processo do nascimento. No final do primeiro setênio, a criança já deve ter
colocado seus pés firmemente no chão, quando ela encarnou na sua própria
corporalidade e agora está pronta para o aprendizado no Ensino
Fundamental.
Como a criança de primeiro setênio ainda não
desenvolveu, por natureza, sua capacidade de raciocínio, o educador não pode
apelar para uma compreensão. Ele terá que apelar a um elemento nato, ou seja, a
imitação. A criança aprende a se adequar aos apelos do mundo por meio da
imitação das pessoas e das ocorrências do seu redor. O educador é um exemplo que
deve ser digno de ser imitado. Ele faz parte do meio ambiente formador da
criança. Na educação infantil, o educador deve apelar para a imitação e para a
fantasia, ajudando a criança de primeiro setênio a adaptar-se à realidade do
mundo.
No jardim de infância são agrupadas crianças de
quatro a seis anos, porque o ambiente e as atividades desenvolvidas atendem a
todas as idades, uma vez que a proposta da pedagogia Waldorf para o primeiro
setênio é criar um ambiente propício para a formação, e não uma pré-escola com
informações ou ensino formal. O jardim de infância, como o maternal, é o
prolongamento do lar e não uma “ante-sala” do ensino escolar. Assim como numa
família onde irmãos de idades diferentes educam-se mutuamente, também as
crianças de jardim de infância, em grupos de idades mistas, têm essa mesma
oportunidade.
No primeiro setênio, o desenvolvimento está
centrado principalmente na organização corpórea e sendo influenciado
intensamente pelos estímulos do ambiente no qual a criança vive, a atenção que o
educador deve dar à formação dos órgãos sensoriais é indiscutível. São os
sentidos que trazem as mensagens do próprio corpo e ajudam a criança a fazer uso
dessa corporalidade para ir se adaptando ao mundo. O educador Waldorf dá muita
importância à qualidade dos fenômenos e objetos que justamente vão influenciar a
formação e o funcionamento dos órgãos dos sentidos.
Todo processo vivo de aprendizagem deverá
necessariamente respeitar e fomentar um ritmo adequado. A pedagogia Waldorf
considera fundamental a alternância sadia e equilibrada entre concentração e
expansão, entre atividade intelectual e prática, entre esforço e descanso, entre
recordação e esquecimento. Assim se planeja o mais cuidadosamente possível, a
partir desse ponto de vista, tanto na prática educativa anual, mensal, semanal e
diária, como também cada uma das horas de aula, a fim de conseguir o ritmo
adequado às fases de compreensão, assimilação e produção da
aprendizagem.
Isso requer estruturas flexíveis e móveis que
integrem tempos, durações e ritmos multiformes, ou seja, um novo significado do
tempo. Em educação, isso exige uma organização dinâmica que se adapte aos
conteúdos, às práticas pedagógicas e ao aluno.
A criança vivencia o ciclo anual de uma forma
direta, pois o perfaz com todo seu ser, como se fizesse parte da natureza. Neste
contexto, as festas anuais podem ser compreendidas mais conscientemente, cada
uma de acordo com as suas características.
Nas escolas Waldorf, as festas do ano seguem o
calendário cristão. Delas são extraídos os verdadeiros conteúdos e transformados
para as crianças em imagens retiradas da natureza.
Também é comemorado o aniversário de cada criança,
e neste dia, além da festa, todo o ritmo é voltado para esse
evento.
O valor do brincar para o desenvolvimento sadio da
criança é cientificamente comprovado e é a preocupação de muitos educadores. Na
pedagogia Waldorf ele tem valor preponderante, principalmente na educação da
criança de primeiro setênio. O brincar livre, não dirigido ou proposto, é visto
como o maior e o melhor estimulador para um desenvolvimento que esteja de acordo
com a maturidade etária e as capacidades individuais de cada criança. O impulso
natural interior da criança para aprender a se tornar humana, para adaptar-se e
se adequar ao ambiente, encontra evasão no brincar livre. Ela procura a
atividade lúdica que melhor corresponde às suas necessidades evolutivas
momentâneas, seguindo inconscientemente e instintivamente os estímulos
provenientes de uma sabedoria corpórea. Faz parte da natureza da criança querer
sempre se superar, tornando-se cada vez mais capaz no domínio de sua própria
corporalidade e na interação com o mundo.
Os educadores têm a tarefa de criar o ambiente e
as condições para o processo auto-educativo da criança no brincar livre. Sua
primeira preocupação é criar um ambiente propício para o desenvolvimento dos
órgãos dos sentidos, que irão se formar de acordo com as qualidades dos
estímulos. Não é o excesso de estímulos que irá proporcionar uma organização
sensória capaz de perceber as sutilezas do mundo, justamente aquelas que mais
enriquecem a vida interior. O excesso de impressões e estímulos não permite que
a criança tenha tempo para se ligar ao percebido; ela irá desenvolver o hábito
para a superficialidade e terá dificuldades para a concentração. Cada objeto em
sala de aula deve ter seu valor para que as crianças possam criar vínculo com os
mesmos. Estas são qualidades importantes a serem desenvolvidas em nossa época em
que quase tudo é descartável e, portanto, desprezível. Os objetos e os
brinquedos devem ser de materiais naturais, duradouros e bonitos esteticamente,
já que irão influenciar a formação dos órgãos dos sentidos e, indiretamente,
despertar o amor e o respeito pela natureza.
Os objetos com os quais as crianças brincam não
devem ter um acabamento pormenorizado, réplicas fiéis dos objetos usados pelos
adultos. Eles devem despertar a fantasia infantil que lhes dará o “acabamento
personalizado”, de acordo com as necessidades solicitadas pela
imaginação.
Além dos brinquedos estruturados usuais como
bonecas de pano, carros de madeira, etc, dá-se muita importância, na Pedagogia
Waldorf, ao oferecimento de objetos rústicos naturais, tais como a natureza
oferece, como pinhas, sementes de vários tamanhos, tocos de madeira de vários
tamanhos e formas, conchas, pedras, raízes e tudo que possa estimular a fantasia
da criança, que logo encontrará uma “utilidade” para eles. Também são oferecidos
instrumentos musicais bem afinados e de percussão como metalofone, xilofone,
triângulos, sinos, etc.
Dentre as atividades desenvolvidas no jardim de
infância Waldorf, cabe destacar alguns pontos que demonstram, na prática, a
proposta pedagógica em foco.
O tema utilizado nas rodas rítmicas (cirandas e
dramatizações) é inspirado na natureza, na vida. A professora vai pesquisar os
movimentos que expressam coerentemente cada imagem, cada ação que ela quer
trazer às crianças.
Com relação ao desenho, devemos lembrar que a
criança do primeiro setênio não deve aprender a desenhar de forma dirigida.
Devemos incentivar o desenho livre como uma atividade diária, sendo que o lápis
ideal para ser usado é o lápis de cera ou outros que tenham a superfície corante
bem larga.
O mesmo se dá no que diz respeito à música, pois
cabe aos educadores discernir que características a música levada à criança deve
ter, pois essa música deve ir de encontro ao estágio de desenvolvimento em que a
crinça se encontra.
E assim, nas demais atividades propostas, também
procura-se atender as reais necessidades físicas, psíquicas e espirituais de
cada criança, proporcionando um ambiente adequado ao grupo como um todo e a cada
uma em sua individualidade.
Na pedagogia Waldorf não se pretende contribuir
para a aceleração do desenvolvimento da criança. Temos hoje na sociedade, de
modo geral, a tendência a estimular o aprendizado causando uma precocidade
infantil.
Uma das questões fundamentais da educação é como
lidar com essa aceleração do desenvolvimento da criança. Será que, de fato, a
solução consiste na antecipação dos conteúdos de ensino? Ou as crianças estão
esperando outra solução para suas necessidades? Na pedagogia Waldorf não se vê a
aceleração ou a antecipação como solução. A solução está na real compreensão
fisiológica e psicológica do desenvolvimento da criança, e a partir dessa
compreensão profunda, criar um ambiente de situações propícias para o
aprendizado das crianças de uma determinada faixa etária. A aceleração e o
adiantamento do ensino formal, já no primeiro setênio, não permitem o
amadurecimento das vivências e experiências. Esse procedimento favorece o
acúmulo de informações e ajuda a criar o hábito da superficialidade, ao exigir
sempre mais novidades, mas sem o aprofundamento de
nenhuma.
A criança passa por fases de desenvolvimento e
cada uma delas é um passo no despertar da consciência.
Na pedagogia Waldorf, procura-se propiciar que a
criança experimente amplamente as possibilidades que seu processo de
amadurecimento lhe proporciona. A criança deve usufruir com muita alegria a
repetição de cada nova conquista no seu caminho de adaptação e conhecimento do
mundo. Entende-se que a qualidade sempre tem mais valor do que a
quantidade.
Cabe ao educador Waldorf. que deve buscar uma
profunda compreensão antropológica e pedagógica do processo evolutivo do ser
humano, criar o ambiente que atenda às necessidades da
criança.
Na pedagogia Waldorf, o papel do educador infantil
é visto como de extrema importância e até mesmo decisivo para toda a vida do
indivíduo. A primeira fase da vida é o fundamento, o primeiro degrau sobre o
qual se edifica todo o desenvolvimento futuro. Isto requer uma ampla formação do
educador infantil em todos os âmbitos.
Como a educação da criança do primeiro setênio
apela essencialmente para a imitação, o educador, como exemplo, deve ter a
capacidade para uma autêntica auto-crítica e força de vontade para a
auto-educação.
O educador tem de ter uma boa capacidade de
observação tanto para observar o processo evolutivo das crianças, como também
para observar as manifestações da natureza. Sua função é justamente a de ajudar
as crianças a se familiarizarem e se adaptarem às condições da vida na Terra, e
ajudá-las a conhecer o mundo no qual irão atuar futuramente. Com a incapacidade
da criança de compreender racionalmente os fenômenos do mundo, o educador terá
que usar a linguagem compreendida nessa faixa etária: a linguagem dos gestos,
dos movimentos vivenciados na natureza. A linguagem falada ou cantada é mais um
acompanhamento dos gestos que caracterizam a natureza, e proporciona maior
vivência e aprendizado da própria língua, do vocabulário e a imitação correta
dos fonemas. O educador deve ter uma voz agradável para falar e afinada para
cantar. Também é importante ter uma dicção clara e bem formulada para o contato
constante com as crianças e para contar-lhes histórias e contos de
fadas.
O educador deve ter bom senso rítmico e conhecer a
atuação dos ritmos falados, cantados e musicais sobre a índole da
criança.
Apesar de as crianças de jardim e infância não
fazerem tantos trabalhos manuais dirigidos, é importante que o educador seja
habilidoso manual e corporeamente para todos os afazeres do dia a dia em sala de
aula, pois estes serão imitados pelas crianças em seu brincar
livre.
Dentre esses afazeres, consta o preparo do lanche
de cada dia, que é feito pela professora na presença das crianças e com a
colaboração das mais velhas e/ou interessadas em participar deste momento que,
na Pedagogia Waldorf, é visto como uma importante
atividade.
Procura-se sempre preparar e oferecer alimentos
naturais, selecionados de acordo com orientações antroposóficas a respeito da
alimentação das crianças. Produtos como frutas, legumes, cereais integrais, mel
(evita-se o uso do açúcar branco) entre outros fazem parte do cardápio, que
também tem um ritmo que se repete a cada semana. Neste aspecto o educador
deveria refletir e, se preciso for, rever sua própria alimentação, pois a
criança assimila mais e melhor aquilo que sente ser verdadeiro na vida da
professora.
Um bom educador estará sempre preocupado com sua
auto-educação. O verdadeiro interesse e preocupação do adulto em melhor conhecer
e servir cada criança, fará com que desenvolva a capacidade interior de tecer um
elo de investigação invisível com cada criança do seu
grupo.
Também faz parte da auto-educação o constante
estudo de aprofundamento das bases da Pedagogia Waldorf, assim como na
Antroposofia, filosofia que a norteia. Além do estudo individual, o educador
procura participar de grupos de estudos, encontros regionais de jardineiras
(assim são chamadas as professoras do jardim de infância Waldorf) e congressos
específicos que tratam da faixa etária em questão, tanto no Brasil como no
exterior.
Os educadores devem trabalhar em conjunto com as
famílias, pois as escolas Waldorf têm como meta básica fazer com que os pais
acompanhem de perto o desenvolvimento de seus filhos. Escola e família trabalham
conscientemente para a formação harmoniosa das crianças. Para isso, desde o
momento da matrícula, a escola deverá deixar bem claro aos pais qual é a
proposta pedagógica. Os pais, então, de posse desse material, poderão refletir e
tomar uma decisão consciente sobre a futura educação de seus filhos,
participando assim, ativamente, desse processo.
Pais serão chamados para conversas particulares
sobre o andamento de seus filhos na escola e, ainda em respeito ao espírito de
convivência entre a escola e a família, os professores deverão, pelo menos uma
vez por ano, visitar seus alunos em suas casas.
A escola promoverá também passeios visando o
entrosamento e a convivência social harmônica.
Festas escolares, normalmente relacionadas às
épocas do ano, devem ser prestigiadas pelos pais, assim como o evento do
Bazar.
O Bazar é fruto da organização e trabalho efetivo
realizado, ao longo do ano, pelas famílias. Trabalhos de marcenaria, confecção
de brinquedos, encadernação de livros, artesanato e pintura são executados pelos
pais e expostos para toda a comunidade, revelando às nossas crianças a grande
potencialidade humana.
Grupos de estudos sobre a Pedagogia Waldorf e
desenvolvimento infantil serão oferecidos aos pais para que escola e família
caminhem juntas no processo de educação da criança.
A pedagogia Waldorf estuda cada criança,
individualmente, buscando suprir suas necessidades. Trabalha com o grupo de
classe, fornecendo o alimento anímico à sua etapa de desenvolvimento e ainda
orienta os pais para que participem ativamente do desenvolvimento e formação de
seus filhos, construindo uma comunidade viva, forte e muito mais
feliz.
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