Há milênios, as mudras - alguns pronunciam os mudras - são usadas em uma
variedade de práticas de auto aperfeiçoamento, que vão da iogae da dança indiana ao
budismo e diversas outras práticas espirituais.
Agora começam a surgir os primeiros indícios coletados em experimentos
científicos que dão razão aos praticantes das mudrás.
E a associação encontrada foi muito forte.
Mapas cerebrais
Os pesquisadores usaram neuroimagens para decodificar como o cérebro
transforma uma entrada sensorial - a postura das mãos - em ação.
Segundo eles, nossos cérebros estão repletos de mapas: mapas visuais de
nossos ambientes externos e mapas motores que definem a forma como interagimos
fisicamente dentro desses ambientes.
De alguma forma, esses pontos de referência precisam corresponder uns com
os outros a fim de agirmos, seja para segurar uma xícara de café ou rebater uma
bola de tênis.
A atividade cerebral dos voluntários foi medida enquanto eles faziam
movimentos do pulso e das mãos em diferentes direções (à esquerda e à direita,
ou para cima e para baixo) e em posturas definidas.
A Dra. Deborah implementou um experimento sofisticado - que outros
cientistas elogiaram e disseram que vão usar em seus próprios experimentos -, no
qual câmeras gravam luzes de LED distribuídas pela mão para rastrear movimentos
muito sutis durante o escaneamento cerebral.
"Nós conseguimos reunir um rico conjunto de dados de movimento
relacionados com a atividade do cérebro," disse ela.
Ciência das mudrás?
O principal resultado foi revelar que os mapas mentais relacionados ao
movimento são altamente sensíveis à postura da mão.
"Foi surpreendente ver representações das posturas [das mãos] através de
todo o sistema motor," disse Deborah. "Isso pode significar que o planejamento
dependente da postura é mais difundido no cérebro do que se pensava."
O estudo também revelou áreas do cérebro que contêm mapas para a
localização espacial da intenção do movimento e da direção do movimento real.
Uma dessas áreas, o lóbulo parietal superior, continha informações tanto para
localização quanto para a direção, o que sugere que esta área ajuda no processo
de transformação da intenção em ação.
Terapias neurológicas
Segundo a equipe, os resultados ajudam a explicar os déficits de
pacientes com lesões neurológicas que afetam o processamento das transformações
visuomotoras - a transformação dos sinais visuais em movimentos musculares
coerentes com o que a pessoa vê.
Isso poderá ajudar no desenvolvimento de novas terapias para o tratamento
de pacientes com ataxia óptica - uma incapacidade de atingir com precisão os
objetos - e apraxia ideomotora - uma dificuldade em imitar gestos.
E, claro, deixará mais entusiasmados os adeptos das mudrás em relação às
suas práticas.
Redação do Diário da
Saúde
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