Quem é fã de artes marciais provavelmente já ouviu falar no
“soco de uma polegada”. A técnica, popularizada pelo lendário Bruce Lee, permite
que uma pessoa desfira um soco muito forte mesmo a curta distância (entre uma e
seis polegadas, ou 2,5 a 15 centímetros).
Força bruta? Estudo recente, feito por pesquisadores do Colégio Imperial e da Academia Global de Londres (ambos na Inglaterra), sugere que o segredo técnica não está exatamente nos músculos, mas no cérebro.
Em suas investigações, eles avaliaram doze praticantes faixas-pretas de caratê (com uma média de 13,8 anos de prática) e doze pessoas com idades similares que praticavam atividade física mas não tinham experiência com artes marciais.
“Corpo são, cérebro idem”. Como era de se esperar, os faixas-pretas se saíram melhor no teste físico (socar um objeto a 5 cm de distância). Contudo, o impacto do soco, ao contrário do que muitos imaginariam, era especialmente influenciado pela coordenação do movimento, e não tanto pelo tônus muscular.
“Nós acreditamos que a habilidade pode estar relacionada à sintonia fina de conexões neurais no cerebelo, permitindo que a pessoa sincronize o movimento de seus braços e tronco de forma muito precisa”, explica o pesquisador Ed Roberts, que liderou a equipe responsável pelo estudo.Por meio de exames de ressonância magnética, eles encontraram diferenças em duas estruturas cerebrais dos participantes: o cerebelo e o córtex motor primário, ambos envolvidos no controle de movimento. Essas diferenças eram maiores nos praticantes de caratê mais experientes, e tinham relação com sua habilidade de executar o “soco de uma polegada”.
“Estamos apenas começando a entender a relação entre estruturas cerebrais e comportamento, mas nossos resultados são consistentes com outras pesquisas que mostram o papel crucial do cerebelo em nossa habilidade de realizar movimentos complexos e coordenados”, destaca Roberts. Novas análises deverão trazer mais detalhes a respeito do “cérebro guerreiro”.
Daily Mail UK
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