Alteração na condutividade elétrica da pele dos voluntários de um dos estudos quando um evento estava para acontecer sem que eles tivessem nenhuma informação a respeito dele - a plotagem escura mostra a alteração na pele quando o evento de fato ocorreu. [Imagem: Mossbridge et al./Frontiers]
Pressentimento corporal. A intuição de acontecimentos futuros sempre foi algo associado com a mente ou com as emoções.
Ou com ambas, compondo a intuição. Mas agora cientistas estão afirmando que nosso corpo pode nos preparar para acontecimentos futuros, pressentindo aqueles que serão importantes para nós.
A conclusão é da Dra. Julia Mossbridge, da Universidade Northwestern (EUA). Segundo ela, estudos científicos têm documentado o "pressentimento corporal" desde 1978.
Ela então decidiu analisar todos os estudos sobre o assunto feitos desde então, e encontrou dezenas de análises do fenômeno, feitas por diferentes grupos de cientistas, em diferentes partes do mundo.
Profecia prática. A Dra. Julia é exigente quanto ao pressentimento, e escolheu apenas estudos nos quais o pressentimento corporal ocorre quando a pessoa que demonstra a pré-ciência não tem nenhuma informação adicional sobre o evento futuro a ser previsto - ela identificou 26 estudos científicos que documentam situações desse tipo.
Por exemplo, um funcionário jogando videogame no computador da empresa, e usando fones de ouvido, não pode ter qualquer informação prévia sobre a chegada repentina do seu chefe.
"Mas nossa análise sugere que, se você estiver sintonizado com seu corpo, você pode ser capaz de detectar mudanças antecipatórias entre 2 e 10 segundos antes," disse a pesquisadora.
Segundo ela, isso é tempo suficiente para que a pessoa não apenas feche o jogo, como abra a planilha na qual deveria estar trabalhando, antes que o chefe entre na sala.
Biologia quântica. Este fenômeno é frequentemente chamado de "pressentimento", ou "sentir o futuro".
Mas a Dra Julia afirma que ela e outros pesquisadores não têm certeza se as pessoas estão realmente prevendo o futuro.
"Eu gosto de chamar o fenômeno de 'atividade anômala antecipatória'," disse ela.
"O fenômeno é anômalo, alguns cientistas argumentam, porque não podemos explicá-lo usando o entendimento atual sobre como a biologia funciona, embora explicações recentes, relacionadas com descobertas ligadas à biologia quântica possam fazer sentido.
"É antecipatório porque parece prever alterações fisiológicas futuras em resposta a um evento importante sem quaisquer indícios conhecidos.
"E é uma atividade porque consiste em mudanças no sistema cardiopulmonar, na pele e no sistema nervoso."
Fronteiras da percepção. Ou seja, se seu corpo começar a lhe emitir avisos, é melhor dar atenção, mas não pergunte aos cientistas como isso funciona, porque eles ainda não sabem.
Mesmo porque outras pesquisas já mostraram que racionalizações podem estragar sua intuição.
O estudo, assinado ainda por Patrizio Tressoldi (Universidade de Pádua - Itália) e Jessica Utts (Universidade da Califórnia - Irvine) foi publicado no último exemplar da revista Frontiers in Perception Science.
Redação do Diário da Saúde
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