O estudo contesta a visão tradicional de que o crescimento de uma empresa caminha lado a lado com o sucesso pessoal do seu fundador.
Mais
dinheiro e menos felicidade
Um
estudo realizado com 441 empreendedores que criaram empresas de alta
tecnologia, e tiveram sucesso financeiro com elas, revela que a riqueza não
necessariamente traz felicidade.
Segundo
o levantamento, há uma correlação positiva entre o crescimento da empresa
emergente e a satisfação com a renda do seu fundador.
Contudo,
esse mesmo sinal de sucesso empresarial está negativamente correlacionado com a
felicidade do fundador.
Conceitos
de sucesso
Arndt
Lautenschlaeger, da Universidade de Jena (Alemanha), analisou empresas de alta
tecnologia de diversas áreas.
A
felicidade pessoal do fundador foi avaliada por indicadores que incluem
satisfação com a vida, satisfação com o trabalho, situação financeira e tempo
de lazer.
O
termo "sucesso" foi conceituado de forma diferente pelos
participantes. Alguns o associam com lucros e se tornar rico, enquanto outros
valorizam mais ser o próprio patrão e a auto-realização.
Já
o sucesso do empreendimento foi medido de forma objetiva, com indicadores de
vendas, eficiência e lucros.
Sucesso
da empresa, não do empreendedor
"Eu
descobri que, no estágio inicial da empresa, o desempenho da firma e a
satisfação pessoal do fundador andam lado a lado, com algumas poucas
exceções," conta Lautenschlaeger.
Mas
a satisfação com a vida do seu fundador apresentou um declínio no longo prazo
conforme a empresa crescia - apesar do aumento na renda.
O
pesquisador aponta que seu estudo contesta a visão tradicional de que o
crescimento de uma empresa caminha lado a lado com o sucesso pessoal do seu
fundador.
Desmotivação
As
conclusões do estudo são importantes tanto para o empresário de alta tecnologia
quanto para as empresas que eles fundam.
Para
o empresário tudo parece mais fácil: como ele ficou rico - pelo menos no caso
das 441 empresas estudadas - ele pode sair da empresa e usar seu dinheiro para
aumentar sua satisfação com a vida.
Já
para a empresa, o problema pode vir justamente quando o fundador não sai.
Conforme
aumenta a insatisfação pessoal do fundador, sua permanência pode começar a
representar um risco para a continuidade da própria empresa, que passa a
enfrentar um risco real de falência por conta de uma condução desmotivada.
Síndrome
de Steve Jobs
Steve
Jobs, um dos maiores ícones do mundo da alta tecnologia, criou a Apple, uma
empresa que, apenas alguns dias após sua morte, atingiu o maior valor de
mercado de sua história e alcançou o pódio de empresa mais valiosa do mundo.
Antes
disso, porém, Jobs foi demitido da direção da empresa em um momento de
dificuldades, mostrando que os conselhos de administração das empresas de alta
tecnologia de sucesso de fato precisam discutir abertamente se o criador não se
voltou contra a criatura.
No
caso de Jobs, posteriormente ele voltou e "reinventou" a empresa,
levando-a ao patamar no qual ela está hoje.
Redação
do Diário da Saúde
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